Twins - Cap 3

    Como é que um rapaz como o Dean poderia ter problemas em arranjar namorada? O seu grupo era o mais popular da escola, e ele era muito giro. Deu-me que pensar, ás vezes a aparência não é tudo, as pessoas podem ser bastante inseguras de si.

    Uma tarde fomos os dois até ao refeitório e lá estava a musa inspiradora que lhe tirava o sono, a Olívia, que por acaso era minha parceira de laboratório. Ela era loirinha e bonitinha, era encantadora, mas em mim não tinha efeito nenhum, porque eu não aprecio mulheres (risos), graças a Deus!

- Liz: “é aquela?”
- Dean: “é, então? Já a conheces?”
- Liz: “sim, ela é minha parceira de laboratório.”
- Dean: “já podias ter dito, não te atires porque eu vi primeiro!”
- Liz: “sim, como se eu me interessasse, nem faz o meu género...eu gosto mais assim de gajo…jas, gajas diferentes! (quase que me descaia) ”
- Dean: “melhor ainda, então quando estiveres nas aulas com ela podes falar-lhe de mim, falar bem de mim!”
- Liz: “pode ser, e o que é que eu ganho em troca?”
- Dean: “o que quiseres, é só pedir!”
- Liz: “quero que me ajudes nas aulas de educação física, com a preparação claro! O treinador é muito rígido e a minha constituição, bem, deixa muito a desejar...”
- Dean: “feito! Então vai tratando disso!”

    Estive na aula com a Olívia e conversámos, ela era muito simpática. Passado um bocado falei-lhe sobre o Dean, e qual foi a minha surpresa:

- Olívia: “o Dean? Não faz o meu género, não que não seja bonito, não é isso, temo é que não passe mesmo só do físico sabes?”
- Liz: “ele não é assim, olha que eu sei do que falo, eu sou companheira…ro, companheiro de quarto dele, e ele não é como os outros….”
- Olívia: “de qualquer modo, todos os rapazes desta escola olham para mim como se eu fosse um pedaço de carne, só olham ao físico. De facto tu foste o único rapaz desta escola que não tentou nada comigo, gosto disso sabes?”
- Liz: “ (…o que raio quer ela insinuar?) …sim, de qualquer maneira não perdes nada se experimentares sair com ele não é? Podem ir ao Talon amanha á noite, um jantar depois logo vês se gostas ou não!
- Olívia: “não…espera…ok…”
   
     Ao menos tinha algo de bom para contar ao Dean. Cheguei ao quarto nessa tarde e lá estava ele na sua cama, mais despido que vestido e eu:
- Liz: “oi, então tudo bem?”
- Dean: “sim e contigo?”
- Liz: “bem...eu hoje tive uma conversinha com alguém do teu interesse...”
- Dean: “quem? A Olívia?”
- Liz: “...sim...”
- Dean: “e então, conta-me como foi e o que é que falaram?”
- Liz: “calma, também não é preciso tanto...o que é que ela tem assim de tão especial?”
- Dean: “estás a falar a sério? Ela é só a rapariga mais bonita desta escola...”
- Liz: “meu deus, estás mesmo apanhado!”
- Dean: “vá lá Lee conta-me como foi!”
- Liz: “calma…correu bem, falámos sobre ti, tentei convencê-la que eras diferente dos outros rapazes e tal...e disse-lhe que devia experimentar sair contigo para ver…por isso amanha tens um jantar no Talon e espero que saibas dançar, pois como cavalheiro que és vais convidá-la para uma dança…”
- Dean: “o quê? Eu não sei dançar, pelo menos não assim, esse não é bem o meu estilo, o que faço agora? Tens de me ajudar, contrata uma professora ou assim…não sei, vai ser um fiasco……”
- Liz: “…eu sei dançar se quiseres...”
- Dean: “contigo, nem pensar, não…”
- Liz: “então cancela o jantar e podes ter a certeza que não te volto a ajudar…….”
- Dean: “ok ok, pronto, é que é esquisito, tens de compreender…”
- Liz: “pois claro, sim…eu como sou mais pequeno faço de rapariga…”
  
    Para começarmos foi um castigo, ele não estava a consegui dançar “com um rapaz” mas depois, passado algum tempo lá se habituou, soltou-se mais…apesar de manter a sua distância. Estava a sentir-me tão bem, agora com ele assim…nunca tínhamos estado tão á vontade…ele tinha um sorriso, eu nunca tinha reparado, estranho, e sem os amigos por perto era tão diferente.
   
     Nessa mesma noite acordei e lá estava ele a dormir, tão sereno... Na manha seguinte, estávamos a dormir quando o telefone toca e eu dei um salto da cama e atendi:
- Mãe: “Liz querida, desculpa estar a telefonar tão cedo, mas é só para te lembrar que este fim-de-semana vai haver aquela feira de angariação de fundo, um jantar mais tarde e uma festa para os mais jovens, tens de vir!”
- Liz: “olá mãe, feira para caridade? Ah sim lembro-me, eu vou, não te preocupes!”
- Dean: “feira para caridade! Também vais?”
- Liz: “sim, infelizmente, não faz nada o meu género!”
- Dean: “a minha mãe também faz parte da comitiva e eu também tenho de ir, assim se vais já tenho companhia...”

     Assim que ele terminou a frase, apercebi-me da confusão que iria ser:
- Liz: “eu vou, a minha irmã vai e tu também! Oh meu deus vou precisar de ajuda divina!”
- Dean: “o que é que disseste?”
- Liz: “o quê? Eu? Nada, não disse nada!”

     Passei o resto da semana preocupadíssima com a feira, ia precisar de ajuda, por isso liguei á Melinda e ao Ty, os meus anjos da guarda.


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