Como é segunda-feira, e é habitual, o The Katniss Wall tem para vocês o capítulo final de Twins. É com pesar que anunciamos o fim, mas já está mais que na hora de Liz e Dean terem um final feliz. Quero agradecer a todos que acompanharam. Quem sabe se postarei outra história. =)
[...]
Ele fitou a tábua de novo e finalmente olhou para mim derrotado e um tanto aliviado:
- Dean: “Com a minha mãe aqui, estou surpreso que isto não tenha acontecido mais cedo."
- Liz: “Isso não responde á minha pergunta.”
Ele passa a mão pelo cabelo, impaciente, estava á procura de palavras para me dar uma explicação:
- Dean: “Achaste mesmo que eu queria ir embora? Mas tive de ir, para te manter em segurança.”
- Liz: “O quê? Manter-me em segurança? De quem?”
- Dean: “Do Luke.” – Disse finalmente.
- Liz: “Do Luke? Porquê?”
- Dean: “Ele ameaçou-te, disse-me que se não me afastasse de ti que era capaz de te magoar e ia fazer-me assistir… Percebes agora?”
- Liz: “Porque não me disseste nada? Podíamos ter arranjado uma solução.”
- Dean: “Não, não podíamos. Ele monitorizava os nossos movimentos, não sei bem como e de certeza que íamos fazer algo que nos denunciasse.”
Eu não queria acreditar que aquele era o verdadeiro motivo para o Dean ter ido embora. Ele foi embora para me manter a salvo, eu sei que as suas intenções tinham sido as melhores, mas ainda assim, ele tinha-me mentido.
- Liz: “Meu Deus, quer dizer, como é que eu não percebi?” – Disse deambulando pela cozinha, ainda confusa e um pouco irritada.
- Dean: “Porque não era suposto. Os meus pais divorciaram-se mesmo e a minha mãe quis ir embora, eu só aproveitei a deixa.”
- Liz: “Como conseguiste confiar no Luke? Ele podia ter-me magoado mesmo depois de ires embora.”
- Dean: “Eu estava ciente da possibilidade, por isso contei ao teu irmão sobre ele e disse para olhar por ti.”
- Liz: “O Lee sabia?”
- Dean: “Não, só lhe contei sobre o Luke, para ele eu também fui embora para os Estados Unidos.”
- Liz: “Isto tudo é simplesmente uma loucura, parece o enredo de uma novela mexicana.”
Finalmente consegui acalmar-me e fitei-o, do outro lado da mesa. O seu olhar era agora diferente, assemelhava-se ao olhar familiar, doce e ao mesmo tempo sedutor do antigo Dean:
- Liz: “E porque agiste comigo de forma tão distante quando voltaste?”
- Dean: “Não sabia como estava a tua vida, não sabia se tinhas seguido em frente ou não. Não queria chegar e estragar as coisas para ti.”
- Liz: “Mas estragaste, pensei que te tinhas tornado num idiota arrogante. Senti imensas saudades do antigo Dean.”
- Dean: “O antigo Dean sempre esteve aqui, nunca mudou. Estava simplesmente a ser um óptimo actor, até esta tarde. Fiquei com receio de ter deitado tudo a perder.”
- Liz: “Sim, deitaste tudo a perder…”
Entretanto e interrompendo a conversa, o Lee e a Olívia voltam a casa, e admito que me deixaram frustrada por terem estragado uma óptima oportunidade para nós de finalmente ter esta conversa:
- Liz: “O que estão a fazer em casa? Não iam ficar fora?”
- Lee: “Sim, vamos mas a Olívia quis vir a casa tomar um duche e mudar de roupa, mulheres…” – Diz contrariado.
- Olívia: “Quer dizer, andámos a passear todo o dia e queres que vá jantar fora e passar a noite contigo sem tomar um duche e mudar de roupa? Isso não é muito atraente…ou higiénico.”
- Lee: “Nessa perspectiva realmente não. Acho que também me vou passar por água e trocar a indumentária.” – Brincou.
Eles foram para cima, o Dean foi para o quarto em silêncio e eu fiquei na cozinha a terminar a pizza e a olhar por ela enquanto ia ao forno. Uns vinte minutos depois, o Lee e a Olívia desceram e saíram muito animados. Entretanto eu tinha tido alguns minutos para reflectir.
Agora era só eu e ele, o jogo estava em aberto, não haviam impedimentos e podia ser a oportunidade por que havia esperado tanto. Não era capaz de a deixar passar, se não desse certo pelo menos iria saber que não estava destinado, em vez de nunca saber por não ter arriscado.
Ouvi o esquentador ligar da cozinha e a água a correr, deduzi que o Dean tivesse ido tomar um banho. Tirei a pizza do forno, preparei um tabuleiro para dois e encaminhei-me para o seu quarto, determinada. Mas antes passei no meu, para fazer uma alteração de última hora. Depois entrei no quarto dele e fiquei sentada na cama, á espera que ele terminasse.
Quando ele entrou no quarto ficou surpreso por me ver. A imagem dele assim de toalha pela cintura e gotas de água a escorrer pelo tronco musculado era o melhor afrodisíaco do mundo:
- Liz: “Trouxe pizza para dois…”
- Dean: “Eu bem vejo que sim.” – Disse com uma certa desconfiança.
- Liz: “É mais um presente de tréguas.” – Confessei.
- Dean: “Tréguas? Não estou zangado contigo.”
Tenho de admitir que começava a sentir a cara um pouco quente. O quarto a meia-luz, mesa de jantar improvisada na secretária e ele aparecer assim…
- Dean: “Não estás aqui só por causa da pizza.”
- Liz: “Não estou, é verdade. Queria terminar a conversa que estávamos a ter na cozinha.”
- Dean: “O que queres falar mais? Disseste que tinha deitado tudo a perder.” – Disse enquanto procurava uns boxers na gaveta da mesa-de-cabeceira.
- Liz: “Está bem, se achas que está tudo conversado não te incomodo mais.” – Disse, levantando-me para sair.
- Dean: “Ok, pronto podemos falar.” – Diz ele, desistindo de se manter sério.
Voltei a sentar-me na cama e ele sentou-se na cadeira da secretária em frente a mim, ainda de toalha:
- Liz: “Quero que saibas que, quando disse que tinhas deitado tudo a perder, estava a referir-me ao estúpido papel que estavas a representar. Não estava a falar sobre…nós.”
- Dean: “Oh!” – Diz em tom de surpresa.
- Liz: “Não teria vindo cá cima falar contigo.”
Ele sorriu e a sua expressão ficou, como que, iluminada.
- Liz: “Eu compreendo tudo o que fizeste e os teus motivos. Analisando bem a situação, se fosse eu no teu lugar, não sei se teria feito alguma coisa diferente.” – Confessei.
- Dean: “É bom saber isso. Saber que os sacrifícios que fiz foram por uma boa causa, e é bom saber que sabes que foi tudo por ti.”
- Liz: “Eu sei, até me sinto um pouco estúpida, e um tanto lisonjeada.” – Brinquei.
Ficámos em silêncio olhando um para o outro e dei por mim ficando novamente envergonhada e com dificuldade em olhá-lo nos olhos. Acredito que essa minha reacção fazia o seu ego subir, ele sabia exactamente o que isso significava.
- Dean: “Estás de saia. Ainda á bocado não estavas de calças?” – Disparou ele.
- Liz: “O quê? Não.”
- Dean: “Estavas pois. Então deduzo que não vieste aqui com boas intenções?” – Brincou, com aquela voz sedutora.
Tinha sido apanhada e aquilo estava a tornar-se demasiado para o meu coraçãozinho aguentar. Levantei-me mesmo para sair do quarto e ele agarrou-me pela mão:
- Dean: “Onde pensas que vais?”
Ele puxou-me devagar fazendo-me sentar no seu colo.
- Liz: “Trouxe a pizza, não vais comer?” – Perguntei com nervosismo.
- Dean: “Sei que deve estar óptima, mas não é esse o tipo de fome que eu tenho.”
- Liz: “Ah não? Então que tipo de fome é?” – Disse, provocando.
Passou a mão suavemente pela minha cara e delicadamente puxou o meu rosto na direcção do dele. Quando senti os seus lábios nos meus...vi fogo de artificio, fui ao céu e voltei, e todas essas coisas foleiras.
Como eu sentia saudade daquele beijo. Não daqueles dávamos perto da sua mãe, contidos, mas daqueles intensos, cheios de desejo, a transbordar de amor. Sentia saudade do calor do seu corpo perto do meu, do seu perfume, do seu sabor.
Eu amava este homem com todo o meu coração, disso não havia dúvida, e saber que ele me amava de forma igual, fazia a minha alma rejubilar de felicidade. Estávamos livres, livres para nos amarmos e para mostrar ao mundo do que é o amor verdadeiro feito. Demorou algum tempo, mas ás vezes o amor tem destas coisas, não o podemos apressar.
FIM
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