Como é segunda-feira, e é habitual, o The Katniss Wall tem para vocês mais um emocionante capítulo de Twins. Como já tinha dito , estes são os últimos capítulos, estamos mesmo perto do final, por isso não percam e acompanhem o desfecho desta divertida história. =)
[...]
A mãe dele ficou tão confusa com aquela história quanto eu, mas dei a volta com uma conversa que tinha sido eu a fazer confusão, que devia ter percebido mal o que ele me tinha contado. Eliza não sabia que eu e o Dean já nos conhecíamos há uns quantos anos.
Ela pensava que nos tínhamos conhecido recentemente, quando ele tinha voltado para Londres. Mal sabia ela as voltas que a nossa história já tinha dado.
Agora, olhando para trás, por tudo o que tínhamos passado, eu e o Dean tínhamos um grande currículo que história juntos. Das duas vezes que o destino decidiu que as coisas entre nós deviam fracassar, sempre me custou desistir da ideia. Será que devia de interpretar o fracasso das anteriores tentativas como um sinal, de que simplesmente uma relação entre nós nunca iria resultar?
Apesar de ter havido alturas na minha vida em que pensei que nunca mais veria o Dean, sempre que ele resolvia aparecer, tinha uma certa esperança de que “nós os dois” poderia resultar. Gostarei assim tanto dele ou será algo obsessivo?
Queria confrontá-lo, fui o caminho até casa magicando formas de lhe perguntar, mas nenhuma parecia a abordagem certa a tal assunto. Ainda por cima, era um assunto delicado.
Cheguei a casa e não estava ninguém. A Olívia e o Lee tinham saído e não havia qualquer sinal do Dean. De qualquer das formas comecei a fazer jantar para dois, mesmo que ele quisesse comer mais tarde quando voltasse. Estava completamente sozinha, meti o mp4 no bolso de trás das calças e com os fones nos ouvidos e música bem alta comecei a preparar a comida.
A música fazia bem para calar as palavras que a cabeça insistia em repetir, e eu não estava com vontade de as ouvir outra vez. Para as silenciar decidi acompanhar, cantando. Vasculhei o frigorífico e a despensa e com os ingredientes que arranjei, uma pizza caseira vinha mesmo a calhar.
Bater a massa ao som de What About Us de The Saturday e Sean Paul era bom para aliviar o stress e animar um pouco. Deixei-me contagiar pelo ritmo, de tal forma que o meu corpo ganhou movimento. Terminei de amassar a massa no mesmo instante que a música parou e foi aí que me apercebi da sua presença.
- Liz: “Ficar em silêncio observando as pessoas é esquisito sabias?”
- Dean: “Desculpa, estava a observar a tua fascinante…técnica de amassar a massa…” - Brincou.
Aquele comentário fez-me sorrir, tive de lhe voltar as costas para evitar demonstrar demasiado entusiasmo.
- Dean: “Precisas de ajuda?” – Perguntou ao aproximar-se da bancada.
Arrumei o mp4, agarrei numa faca e em alguns tomates e passei-os para a sua mão:
- Liz: “Sim, preciso que cortes esses tomates em bocadinhos bem pequenos. – Respondi, provocando.
E ele assim o fez. Com aquele meio sorriso, pegou na tábua e lá foi cortar os tomates enquanto eu preparava o resto dos ingredientes.
- Dean: “Creio que te devo um pedido de desculpas pelo que aconteceu esta tarde… - Diz ele, segundos depois.
- Liz: “Estás perdoado.” – Respondi calmamente – "Pode acontecer a qualquer pessoa."
- Dean: Ah pode? Não a mim, não sem um motivo. – Disse, continuando a fazer a sua tarefa.
- Liz: “E foi sem motivo?” – Perguntei sem rodeios.
Nesse momento sim, ele parou o que estava a fazer e rodou a cabeça na minha direcção, com um misto de sentimentos no olhar. Queria que ele respondesse, no entanto, antes que o pudesse fazer, voltei a interromper:
- Liz: “A tua mãe apareceu lá á tua procura.”
- Dean: “Apareceu? Mandei-lhe uma mensagem para o telemóvel a cancelar. Acho que afinal ela não percebeu muito bem quando lhe expliquei como funcionam.
- Liz: “Ela não ficou aborrecida, talvez preocupada pelo teu súbito desaparecimento. De qualquer das formas levei-a a beber um chá e conversámos um pouco.”
- Dean: “Conversaram sobre o quê?” – Perguntou com um toque de preocupação na voz.
- Liz: “Sobre tudo um pouco, nada de especial.”
Quando ele pareceu ficar aliviado, resolvi soltar a bomba:
- Liz: "Achas que a tua mãe possa estar doente?”
- Dean: “Doente, como assim?” – Perguntou surpreso.
- Liz: “Com perdas de memória talvez?”
- Dean: “Porquê?”
- Liz: “Quando falámos sobre o seu divórcio, ela ficou confusa quando perguntei porque razão tinha decidido ir para os Estados Unidos. Ela disse que eu estava a fazer confusão, que vocês os dois tinham ficado em Liverpool.”
Depois de dito, não havia volta a dar. Quando acabei de falar, ele não olhava para mim, fitava a tábua de cortar, mas estava como que paralisado, como se tivesse visto um fantasma. Eu olhei para ele á espera de uma resposta.
[...]
Na próxima semana publicarei o último capítulo, não percam. =)
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