Twins - Cap 11


De manha acordei, levantei-me e o Dean também se levantou no mesmo instante. Estávamos a vestir-nos quando entra o Lee entra e fica estático, em estado de choque:
- Lee: “Eu não quero saber o que se passou! Nunca pensei que fosse tão depressa (risos)!”
- Liz: “Que graça Lee, deixa-te de parvoíces! Onde é que vocês se meteram ontem á noite? Sim, porque quis ir dormir e a Olívia tinha trancado a porta e tinha a chave com ela, se não fosse o Dean tinha dormido na rua!”

- Lee: “Ah então foi isso! Desculpa Liz nós... como é que vou explicar...”
- Dean: “Deixa lá Lee, nós percebemos! Mas da próxima vê lá se se lembram da Liz, porque da próxima posso não estar eu aqui!”
- Liz: “Obrigado Dean! Lee não podemos demorar porque ainda quero escrever o anúncio hoje para ver se o vou levar ao jornal amanhã, quanto mais depressa responderem melhor!”
- Dean: “Anúncio para quê?”
- Lee: “Os nossos pais mudaram de casa e concordaram ficar com a casa onde morávamos, para mim e para a Liz, temos é de ajudar a pagar a renda e temos de conseguir alugar um quarto lá vazio!”
- Dean: “Isso parece-me interessante!”
- Liz: “Porquê?”
- Dean: “Eu já tinha pensado em mudar-me para Londres, só faltou foi a oportunidade! Eu podia ficar no quarto, a pagar, claro, que dizem?”
- Liz: “... bem...”
- Lee: “Seria fantástico, a sério! Que dizes Liz?”
- Liz: “Ah...não sei...acho que em principio...por mim tudo bem...”

Acabámos de arrumar as nossas coisas e perguntei ao Dean:
- Liz: “Vens connosco já hoje?”
- Dean: “Não, hoje não. Tenho de ir avisar os meus pais porque isto não estava planeado...mas no fim da semana devo aparecer lá!”
- Liz: “E tens a morada, consegues dar com a casa?”
- Dean: “Sim tenho a morada! Não te preocupes, eu oriento-me bem!”
- Liz: “Então, eu vou indo porque eles já devem estar á minha espera! Vemo-nos então daqui a uns dias!”
- Dean: “Sim claro, qualquer coisa eu depois ligo!”
- Liz: “Está bem!”

Normalmente quando cumprimento alguém, ou até mesmo quando me despeço, costumo dar sempre dois beijos, mas nesta situação com o Dean, fiquei parada uma fracção de segundos, porque não sabia como me comportar naquela situação, acabei então por me despedir com um “está bem!”. Fomos embora, custou-me um pouco porque gostava que o Dean tivesse vindo logo connosco. 

Levei o caminho todo a pensar o quanto tinha sido estranho o nosso reencontro ao fim de tanto tempo, mas que, por outro lado também estava muito contente. Outro assunto que pensei bastante foi o facto de ele ir viver para minha casa, se me ia ser indiferente, muito pelo contrário, se ia ser complicado caso os sentimentos voltassem a surgir. Eu não tinha a certeza, mas no fundo sabia que não ia ser indiferente porque ao fim de dois anos, quando o vi ainda palpitou qualquer coisa cá dentro.

Chegámos a casa umas quatro horas depois de abalar, estávamos tão cansados que não arrumámos nada e fomos dormir, eu fiquei logo pelo sofá da sala. Durante a semana tentei encontrar alguns part-time mas estava muito difícil, só queriam pessoas a tempo inteiro e isso para mim não dava, mas a boa notícia é que tinha conseguido alugar o quarto e quando telefonei aos meus pais eles ficaram super contentes, mas fizeram logo um interrogatório e ficaram mais descansados por saber que era uma pessoa conhecida. 

Tentámos arrumar a casa, que estava numa confusão, estivemos a preparar o quarto do Dean. Estava tudo pronto mas ele não tinha dito nada e já pensávamos que ele não vinha e o Lee decidiu ir passar o seu último fim-de-semana de férias sozinho com a Olívia a uma pensão. Eu pensei mesmo que ele não vinha, já era sexta-feira, já passava da meia-noite e o Dean continuava sem dar sinal. Entretanto como já era tarde decidi ir para o meu quatro, dormir. Umas horinhas mais tarde, estava a dormir tão bem, no quentinho da minha cama, quando sou acordado por barulhos vindos de lá de baixo. 

Já estava a ficar assustada, o Lee não estava em casa e a Olívia também não, era pouco provável que fossem os nossos pais e de resto não tinha dado a chave a mais ninguém. Levantei-me, vesti o roupão, sai de mansinho do quarto, sem fazer barulho e sem acender as luzes. No andar de cima não era, por isso desci as escadas, devagar estava tão escuro que tudo me parecia vultos. Uns segundos depois ouvi um barulho na cozinha e foi para lá que me dirigi, foi talvez das coisas mais corajosas que fiz, pois estava cheia de medo. 

Entrei na cozinha mas não consegui distinguir nada, então comecei a sentir-me observada e parecia que algo se aproximava. Eu estava mesmo a imaginar um daqueles filmes de terror em que era aquela parte que aparecia o assassino, por isso fechei os olhos e não me mexi mais. Deixei de sentir quaisquer movimentos e fiquei um pouco mais aliviada, nesse momento abri os olhos e nada aconteceu. Aliviada voltei a subir e meti-me na cama outra vez. De manha levantei-me e fui logo telefonar ao Lee:
- Liz: “Olá Lee, desculpa estar a interromper o vosso fim-de-semana mas estou a ficar preocupada, o Dean ainda não apareceu e também não ligou...”
- Lee: “Não te preocupes, está atrasado, ele logo avisa, eu sei do que estou a falar...olha mana, eu tenho de ir...tu percebes...”
- Liz: “Sim percebo...até domingo...”
  
Eu esperava que o Lee tivesse razão porque não era normal do Dean. Fui para cima, fui buscar a prenda que tínhamos feito para lhe dar como presente de boas-vindas e ia deixa-la no quarto. Entrei e não estava á espera de surpresas mas assim que abri a porta apanhei um susto do caraças, dei de caras com o Dean, que se estava a vestir e eu:
- Liz: “O que estás a fazer aqui? Como é que entraste aqui?”

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