Twins - Cap 46

twins logoComo é segunda-feira, e é habitual, o The Katniss Wall tem para vocês o capítulo final de Twins. É com pesar que anunciamos o fim, mas já está mais que na hora de Liz e Dean terem um final feliz. Quero agradecer a todos que acompanharam. Quem sabe se postarei outra história. =)



[...]


Ele fitou a tábua de novo e finalmente olhou para mim derrotado e um tanto aliviado: 

- Dean: “Com a minha mãe aqui, estou surpreso que isto não tenha acontecido mais cedo."

- Liz: “Isso não responde á minha pergunta.” 

Ele passa a mão pelo cabelo, impaciente, estava á procura de palavras para me dar uma explicação: 

- Dean: “Achaste mesmo que eu queria ir embora? Mas tive de ir, para te manter em segurança.” 

- Liz: “O quê? Manter-me em segurança? De quem?” 

- Dean: “Do Luke.” – Disse finalmente. 

- Liz: “Do Luke? Porquê?” 

- Dean: “Ele ameaçou-te, disse-me que se não me afastasse de ti que era capaz de te magoar e ia fazer-me assistir… Percebes agora?” 

- Liz: “Porque não me disseste nada? Podíamos ter arranjado uma solução.” 

- Dean: “Não, não podíamos. Ele monitorizava os nossos movimentos, não sei bem como e de certeza que íamos fazer algo que nos denunciasse.” 

Eu não queria acreditar que aquele era o verdadeiro motivo para o Dean ter ido embora. Ele foi embora para me manter a salvo, eu sei que as suas intenções tinham sido as melhores, mas ainda assim, ele tinha-me mentido. 

- Liz: “Meu Deus, quer dizer, como é que eu não percebi?” – Disse deambulando pela cozinha, ainda confusa e um pouco irritada. 

- Dean: “Porque não era suposto. Os meus pais divorciaram-se mesmo e a minha mãe quis ir embora, eu só aproveitei a deixa.” 

- Liz: “Como conseguiste confiar no Luke? Ele podia ter-me magoado mesmo depois de ires embora.” 

- Dean: “Eu estava ciente da possibilidade, por isso contei ao teu irmão sobre ele e disse para olhar por ti.” 

- Liz: “O Lee sabia?” 

- Dean: “Não, só lhe contei sobre o Luke, para ele eu também fui embora para os Estados Unidos.” 

- Liz: “Isto tudo é simplesmente uma loucura, parece o enredo de uma novela mexicana.” 

Finalmente consegui acalmar-me e fitei-o, do outro lado da mesa. O seu olhar era agora diferente, assemelhava-se ao olhar familiar, doce e ao mesmo tempo sedutor do antigo Dean: 

- Liz: “E porque agiste comigo de forma tão distante quando voltaste?” 

- Dean: “Não sabia como estava a tua vida, não sabia se tinhas seguido em frente ou não. Não queria chegar e estragar as coisas para ti.” 

- Liz: “Mas estragaste, pensei que te tinhas tornado num idiota arrogante. Senti imensas saudades do antigo Dean.” 

- Dean: “O antigo Dean sempre esteve aqui, nunca mudou. Estava simplesmente a ser um óptimo actor, até esta tarde. Fiquei com receio de ter deitado tudo a perder.” 

- Liz: “Sim, deitaste tudo a perder…” 

Entretanto e interrompendo a conversa, o Lee e a Olívia voltam a casa, e admito que me deixaram frustrada por terem estragado uma óptima oportunidade para nós de finalmente ter esta conversa: 

- Liz: “O que estão a fazer em casa? Não iam ficar fora?” 

- Lee: “Sim, vamos mas a Olívia quis vir a casa tomar um duche e mudar de roupa, mulheres…” – Diz contrariado. 

- Olívia: “Quer dizer, andámos a passear todo o dia e queres que vá jantar fora e passar a noite contigo sem tomar um duche e mudar de roupa? Isso não é muito atraente…ou higiénico.” 

- Lee: “Nessa perspectiva realmente não. Acho que também me vou passar por água e trocar a indumentária.” – Brincou. 

Eles foram para cima, o Dean foi para o quarto em silêncio e eu fiquei na cozinha a terminar a pizza e a olhar por ela enquanto ia ao forno. Uns vinte minutos depois, o Lee e a Olívia desceram e saíram muito animados. Entretanto eu tinha tido alguns minutos para reflectir. 

Agora era só eu e ele, o jogo estava em aberto, não haviam impedimentos e podia ser a oportunidade por que havia esperado tanto. Não era capaz de a deixar passar, se não desse certo pelo menos iria saber que não estava destinado, em vez de nunca saber por não ter arriscado. 

Ouvi o esquentador ligar da cozinha e a água a correr, deduzi que o Dean tivesse ido tomar um banho. Tirei a pizza do forno, preparei um tabuleiro para dois e encaminhei-me para o seu quarto, determinada.  Mas antes passei no meu, para fazer uma alteração de última hora. Depois entrei no quarto dele e fiquei sentada na cama, á espera que ele terminasse. 

Quando ele entrou no quarto ficou surpreso por me ver. A imagem dele assim de toalha pela cintura e gotas de água a escorrer pelo tronco musculado era o melhor afrodisíaco do mundo: 

- Liz: “Trouxe pizza para dois…” 

- Dean: “Eu bem vejo que sim.” – Disse com uma certa desconfiança. 

- Liz: “É mais um presente de tréguas.” – Confessei. 

- Dean: “Tréguas? Não estou zangado contigo.” 

Tenho de admitir que começava a sentir a cara um pouco quente. O quarto a meia-luz, mesa de jantar improvisada na secretária e ele aparecer assim… 

- Dean: “Não estás aqui só por causa da pizza.” 

- Liz: “Não estou, é verdade. Queria terminar a conversa que estávamos a ter na cozinha.” 

- Dean: “O que queres falar mais? Disseste que tinha deitado tudo a perder.” – Disse enquanto procurava uns boxers na gaveta da mesa-de-cabeceira. 

- Liz: “Está bem, se achas que está tudo conversado não te incomodo mais.” – Disse, levantando-me para sair. 

- Dean: “Ok, pronto podemos falar.” – Diz ele, desistindo de se manter sério. 

Voltei a sentar-me na cama e ele sentou-se na cadeira da secretária em frente a mim, ainda de toalha: 

- Liz: “Quero que saibas que, quando disse que tinhas deitado tudo a perder, estava a referir-me ao estúpido papel que estavas a representar. Não estava a falar sobre…nós.” 

- Dean: “Oh!” – Diz em tom de surpresa. 

- Liz: “Não teria vindo cá cima falar contigo.” 

Ele sorriu e a sua expressão ficou, como que, iluminada. 

- Liz: “Eu compreendo tudo o que fizeste e os teus motivos. Analisando bem a situação, se fosse eu no teu lugar, não sei se teria feito alguma coisa diferente.” – Confessei. 

- Dean: “É bom saber isso. Saber que os sacrifícios que fiz foram por uma boa causa, e é bom saber que sabes que foi tudo por ti.” 

- Liz: “Eu sei, até me sinto um pouco estúpida, e um tanto lisonjeada.” – Brinquei. 

Ficámos em silêncio olhando um para o outro e dei por mim ficando novamente envergonhada e com dificuldade em olhá-lo nos olhos. Acredito que essa minha reacção fazia o seu ego subir, ele sabia exactamente o que isso significava. 

- Dean: “Estás de saia. Ainda á bocado não estavas de calças?” – Disparou ele. 

- Liz: “O quê? Não.” 

- Dean: “Estavas pois. Então deduzo que não vieste aqui com boas intenções?” – Brincou, com aquela voz sedutora. 

Tinha sido apanhada e aquilo estava a tornar-se demasiado para o meu coraçãozinho aguentar. Levantei-me mesmo para sair do quarto e ele agarrou-me pela mão: 

- Dean: “Onde pensas que vais?” 

Ele puxou-me devagar fazendo-me sentar no seu colo. 

- Liz: “Trouxe a pizza, não vais comer?” – Perguntei com nervosismo. 

- Dean: “Sei que deve estar óptima, mas não é esse o tipo de fome que eu tenho.” 

- Liz: “Ah não? Então que tipo de fome é?” – Disse, provocando. 

Passou a mão suavemente pela minha cara e delicadamente puxou o meu rosto na direcção do dele. Quando senti os seus lábios nos meus...vi fogo de artificio, fui ao céu e voltei, e todas essas coisas foleiras. 

Como eu sentia saudade daquele beijo. Não daqueles dávamos perto da sua mãe, contidos, mas daqueles intensos, cheios de desejo, a transbordar de amor. Sentia saudade do calor do seu corpo perto do meu, do seu perfume, do seu sabor. 

Eu amava este homem com todo o meu coração, disso não havia dúvida, e saber que ele me amava de forma igual, fazia a minha alma rejubilar de felicidade. Estávamos livres, livres para nos amarmos e para mostrar ao mundo do que é o amor verdadeiro feito. Demorou algum tempo, mas ás vezes o amor tem destas coisas, não o podemos apressar.

FIM

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